Lendas


A lenda do homem e da filha, uma lenda moçambicana

Era uma vez um homem que tinha uma filha. A mãe da criança morreu pouco tempo depois.
Quando a filha cresceu o pai disse que queria casar com ela. Mas a rapariga disse que não era boa ideia, pois iriam descobrir. O pai disse que podia acontecer, pois no mundo havia segredos.
           E dito isto foi buscar uma panela cheia de arroz e enterrou a panela no mato. Ninguém sabia da localização do arroz sem ser ele e a filha.
Passados alguns meses apareceram uns caçadores. Eles não sabiam onde estava a panela mas de repente ao escavarem encontraram-na. A filha ao ver aquilo disse ao pai:
-  Estás a ver? No mundo não há segredos!?

Conclusão: No mundo não há segredos, a filha bem o sabia!

 Francisco Pinheiro             
Gonçalo Rosado
Miguel Menúria
6ºD


A Lenda do Castelo do Geraldo

              As pessoas ouviram dizer que estava além, no castelo, uma moura encantada. Então iam lá mas só ouviam bater, bater, bater nas pedras mas não viam mais nada. Era só isto. Então depois disseram assim:
             - Mas o que será isto que a gente só ouve e não vê nada? Mas o que será isto?
              E foram andando, andando, andando e aquilo desaparecia. Desaparecia, era que nem uma bruxa.
            Uma vez, prepararam-se uma data de pessoas para irem ouvir aquelas pancadas…mas nada! Foi quando ouviram um galo a cantar que dizia assim:
              - Às tantas da noite vêm aqui para tirarem esta moura encantada antes de eu comer um alqueire de trigo. Se não conseguirem, ficam cá encantados.
             Há, também, quem diga, que uma serpente mata e de seguida come o atrevido que não conseguir tirar a moura e o ouro antes do galo comer o último grão de trigo.
                                                                              (contado por Olívia Batalha, de Valverde)



O Castelo de Giraldo Geraldes


Em Valverde diz-se muito
Que uma moura encantada
Com tanto ouro enterrado
No Castelo de Giraldo estava fechada.
Mas essa riqueza não era tanta
Para apagar a sua mágoa
A moura continua lá fechada
Sonhando e sonhando
Que a sua mágoa acabará
Quando em liberdade ficar,
Quando das ruínas do Castelo sair!
Quem quiser o tesouro encontrar
E a moura salvar,
Três noites consecutivas
Com isso terá de sonhar
E depois a pedra achar
Se os quiser encontrar.
Um alqueire de milho terá que levar
E da base até ao cimo do monte
Terá que o espalhar.
Mas cuidado com o galo
Que o milho virá papar!
A moura e os tesouros
Terá que salvar
Antes do Galo
Acabar o seu jantar!
Senão lá dentro ficas fechado
E por uma serpente és papado!   
         
 Mª Leonor Ribeiro, Marco Calado, Miguel Varela e Rita Fialho  
6ºG


«Eis a nobre cidade, certo assento
Do rebelde Sertório antigamente,
Onde ora as águas nítidas de argento
Vêm sustentar de longo a terra e a gente
Pelos arcos reais, que, cento e cento,
Nos ares se alevantam nobremente,
Obedeceu por meio e ousadia
De Giraldo, que medos não temia.»

Camões, Os Lusíadas - Canto III - 63



A lenda de Geraldo Geraldes, o Sem Pavor


Esta história que vos vou contar
é uma história de pasmar.
O nosso heroi é um bandido
mas nós transformámo-lo num querido.

Numa fresca manhã de outono
o nosso herói tinha ouvido
que a bela filha de um mouro
gostava de serenatas e guitarradas.

Certa noite de luar
Geraldo a foi visitar
mal começou a cantar
apaixonaram-se ao primeiro olhar.

Seguiram-se noites de paixão,
de calor e emoção.
Mas tudo terminou
com um gesto,
uma vil traição.

Geraldo abraçou a donzela,
envolvendo-a nos seus braços.
Começaram a dançar,
mas Geraldo tinha de a matar.

Rodopiaram na noite
rodopiaram sem parar
Geraldo sacou do punhal
para com ele a degolar.

Se o arrependimento matasse
Geraldo estaria morto.
Olhando para o corpo sem vida
começou a lacrimejar,
desejando desesperadamente
aquele amor recuperar.

Mas o mal já estava feito,
nada mais havia a fazer.
Era preciso conquistar Évora
para os mouros vencer.

Assim aconteceu,
Geraldo recompôs-se então,
chamou os seus companheiros
e Yeborath ficou na sua mão.

Geraldo perdeu a sua amada,
mas Évora foi finalmente conquistada.
D. Afonso Henriques, grato pelo ato,
deu-lhe a chave tão cobiçada.

Alexandra Mamede, Carolina Escada, Filipe Zambujo, Filipe Barradas, Margarida Janota, Pedro Santana e Rafael Costa, 
6ºB

Ilustrações de Vasco Gargalo a partir de um texto de Ana Oom


        No tempo em que Évora se chamava Yeborath, havia um bandido de origem nobre que precisava de cair nas boas graças do rei D. Afonso Henriques, era Geraldo Geraldes, o «Sem Pavor». Para isso, conquistar Évora aos mouros era o seu objetivo.


          Numa torre, em Évora, vivia uma bela moura com o seu pai. Geraldo Geraldes soube que essa moura gostava das canções dos trovadores, então ele decidiu fazer-se passar por um trovador apaixonado.

          A moura deslumbrada com as canções do falso trovador, deixou-o subir a torre. Mas para seu descontentamento, a moura, em vez de receber um beijo, foi morta por Geraldo, sem dó nem piedade, degolando-a. A seguir matou o seu pai.

          Geraldo Geraldes chamou os seus companheiros para invadirem e conquistarem Évora, objetivo que conseguiram alcançar em pouco tempo. Évora era sua!


         Ao vencer esta batalha, Geraldo Geraldes foi ao castelo de D. Afonso Henriques contar o seu feito. D. Afonso deu-lhe a chave da cidade demonstrando, assim, a sua enorme gratidão e Geraldo Geraldes ergueu-a bem alto.
Ana Santos, Ana Cruz, Henrique Ramalho, João Frango, Manuel Canudo e Maria Padrão, 
6º B
  A lenda do Pão de Rala

         Diz a lenda que, durante o seu curto reinado,  o rei D. Sebastião visitou Évora, tendo sido acolhido pelas freiras Xabreganas do Convento de Santa Maria do Calvário.
           À chegada o rei estava cansado das durezas da viagem e do calor que fazia, um valido real encarregado do protocolo, lembrou a Madre Abadessa da necessidade de oferecer qualquer coisa que reconfortasse o rei.
          A monja, que há muito esperava em vão a ajuda do Paço para a sobrevivência do pobre convento, retorquiu que só havia uns "pães ralos", azeitonas e água; era o que havia e foi o que veio.
         O rei comeu e apreciou e quando regressou a Lisboa, decidiu oferecer uma boa recompensa às monjas que o reconfortaram quando ele precisou.
         Ficou assim conhecido o Pão de Rala, doce que deu nome à pastelaria conventual de Maria Ercília Zambujo na Rua de Cicioso.

Receita para quem quiser experimentar fazer…

Ingredientes:

20 gemas
500 gr de açúcar
3 dl de água
500 gr de amêndoa pelada e ralada
raspa de 1 Limão
1 chávena de chá de doce de gila
1 chávena de chá de fios de ovos
1 chávena de chá de ovos moles

Preparação:

Leve ao lume o açúcar com os 3 dl de água e deixe fazer ponto de fio (105ºC).
Junte a amêndoa ralada até obter um preparado espesso.
Retire do lume e junte as 20 gemas e a raspa do limão, mexendo muito bem.
Leve novamente a lume brando mexendo sempre para não queimar, e deixar espessar um pouco.
Retire do lume, deixe arrefecer e estenda a massa de maneira a formar uma rodela, no meio da qual se colocam fios de ovos e chila previamente misturada com os ovos moles.
Puxa-se a massa de forma a cobrir o recheio e a dar a forma de pão ao preparado.
Leva-se a forno brando (180-190ºC) em tabuleiro untado e forrado com papel vegetal durante 30/35 minutos. Deve ficar levemente tostado, como um pão.
Retira-se do tabuleiro só depois de frio, e polvilha-se com açúcar em pó, dando o aspeto de farinha.

5º G

Quinta do Anjo

Vou contar esta lenda, porque a minha mãe nasceu na Quinta do Anjo e nós vamos lá visitar a minha avó e bisavó quase todos os fins de semana.

Diz-se que há muitos anos, numa aldeia que tem de nome Quinta do Anjo houve uma luta entre um anjo e um agente do diabo, isto sucedeu  junto de uma fonte.

Passados dias, horas, minutos e segundos de muita discussão, nessa renhida e dura batalha, um dos dois elementos, acabou por vencer. Como se pode calcular pelo nome da aldeia Quinta do Anjo, o anjo foi o vencedor.

A fonte onde decorreu essa batalha ficou conhecida como a fonte do Anjo.

O nome vingou até hoje devido a esta pequena lenda.


Mafalda Mendes
5ºG


Lenda da Nossa Senhora da Boa Fé

           Um lavrador dizia sempre à mulher que, se tivessem gémeos, mandaria matá-los.
          Quando a mulher teve sete gémeas, com medo do marido, pediu à ama que desse seis das meninas a seis mulheres diferentes.
        Cumprindo o que disse o marido, mandou a ama atirá-las ao rio, colocando-as numa alcofa com roupa suja por cima para que ninguém desse conta.
      A ama fez o que a mulher lhe disse e deu-as as seis senhoras. A mãe via-as regularmente e comprava-lhes as roupas, a comida e o que era preciso.
          Quando chegou o sétimo aniversário, as meninas eram iguaizinhas umas às outras.
       Fez-se uma grande festa e apareceu muita gente. A mãe mandou fazer sete roupas iguaizinhas. Pôs sete talheres e sete cadeiras à mesa e não deixou sentar ninguém.
       Sentou ao meio a filha que tinha com ela, e perguntou ao marido se sabia qual era a filha deles. Ele olhou incrédulo, apontou para a primeira e disse que era aquela. A mulher triste disse que eram todas suas filhas e que ele era um pai cruel. Ele chorou, abraçou, beijou-as e pediu-lhes perdão. Ficaram em casa dos pais até morrerem.
        Diz a lenda que morreram todas no mesmo dia. Como era habitual desenterravam-nas de sete em sete anos e estavam sempre intactas, foram por isso proclamadas santas.
      Foram feitas imagens dessas santas em que uma é a Senhora da Boa Fé, outra a Senhora da Guia, outra a Senhora da Conceição, outra a Senhora da Visitação, outra a Senhora dos Aflitos, outra a Senhora da Esperança e a outra a Senhora do Livramento.
         Todas escolheram o sítio onde queriam a igreja construída, pois queriam avistar-se umas às outras.


Beatriz Colaço
Nº2   5ºD


Lenda da Noiva de Arraiolos_9ºE

Lenda da luz misteriosa _ 9ºD

A lenda do lobisomem_9ºB

 Começamos assim, de uma forma diferente, com a lenda Geraldo Sem Pavor, o herói de Évora.
No ano letivo 2010/2011 participámos no concurso “A Bilha” projetodearte 2011 promovido pela Escola E.B.2,3 Sebastião da Gama de Estremoz.
O tema a tratar foi artes e lendas e o produto final era a decoração de uma bilha de barro (tipo bilha de Estremoz) com todo o tipo de materiais reutilizáveis.
O importante era a criatividade e a originalidade…
Aceitámos o desafio e começámos a trabalhar nas aulas de viver em português e educação artística e visual.
Eis o resumo do nosso trabalho…

Projecto BILHA2