Aqui, onde estou...

Évora vista por Miguel Torga


«Rendo-me. Diante disto rendo-me, e digo mais: que vale a pena, afinal, haver história, haver arquitectura, e haver respeito por quantos souberam ser antes de nós bichos e poetas do seu casulo. E por isto: porque até hoje, em Portugal, só esta terra me deu a justa medida e a justa prova da séria e humana pegada que deixaram no seu caminho nossos pais. Para que surja vivo e sagrado aos olhos o que os meus antepassados fizeram, é preciso que essa lição seja não só testemunho mas destino. Ora nenhuma cidade nossa, salvo esta, foi capaz de me dizer com pureza e beleza que eu sou latino, que eu sou árabe, que eu sou cristão, que eu sou peninsular, que eu sou português – que eu sou esta mistura de sangue místico e pagão que fez de mim o homem desgraçado que sou.» [Miguel Torga, in Diário, II]


Aqui, onde estou... tudo é diferente, do falar à gente!



O Alentejo é a minha região.
O dourado das searas lembra-me o Sol quente e abrasador!
O sobreiro forte, único e só lembra a força dos Homens desta terra.
Esta calma, beleza e solidão traz-me à lembrança as histórias que a minha avó me conta: o trabalho duro no campo, o “cante alentejano”, a tristeza e saudade dos que abandonaram o Alentejo.

Alunos 6º D







As vantagens de viver no campo

Eu vivo num monte em S. Miguel de Machede. Tenho três cavalos, duas éguas e um poldro. Tenho galinhas, pintos e patos. Tenho um casão grande e três boxes para os cavalos. Tenho um trator da marca David Brown.
Gosto de viver lá em S. Miguel, pois é muito fixe. Quando chego a casa, mudo de roupa e vou tratar dos animais.
Lá temos menos vantagens do que cá em Évora. Cá em Évora temos acesso a quase tudo de ferramentas, eletrodomésticos e outras coisas mais. Em S. Miguel, só temos acesso a bens alimentares e mais nada. No entanto, viver no campo é bem melhor do que viver na cidade, porque temos ar puro, isto é, mais oxigénio e estamos sempre em contacto com os animais e a natureza.

José Morais
7º G


Uma semana… no Alentejo

Chegaram as férias da Páscoa e os amigos não sabiam para onde ir.
Um dia, decidiram ir passar uma semana ao Alentejo, na casa que o pai do Afonso
emprestara. Combinaram todos ir ter a casa do Afonso. No dia seguinte, como combinado, partiram no carro do Martim.
- Bom dia, « vocemecês» têm sorte, pois trago aqui na minha  «bcecletra» um boião de  gasóleo.
Para não perderem mais tempo, apressaram-se a pôr gasóleo e seguiram viagem.
Começaram a aproximar-se da casa, pararam o carro e muito ansiosos, instalaram-  -se.
No dia seguinte, tentaram procurar o velhote para lhe agradecer o gasóleo e pedir para que ele lhes ensinasse alguns costumes e tradições.
Quando o encontraram o velhote este disse-lhes:
- «Atão», que estão «vocemecês» aqui fazendo?!
A Madalena disse:
- Viemos agradecer o gasóleo de ontem e pedir-lhe que nos ensine  uns costumes cá da terra.
- Com certeza, terei muito gosto, mas tratem-me por Joaquim – respondeu ele. – «Tava» «atão » pensando começar por vos explicar o que é um  «chaparro» ou então, falar sobre « acalitros».
Todos concordaram.
A caminho do «chaparro» passaram por uma comadre (como diz o senhor Joaquim), que estava a fazer capotes.
O Gabriel, curioso, foi perguntar os preços, com o intuito de comprar um para a sua mãe.
A comadre então, retorquiu:
- Os mais pequenos custam 155 € e os maiores são 280 euros ( mais ou menos) …
- Por favor, Levo um dos pequenos, pois a minha mãe é baixinha – afirmou o Gabriel.
A comadre, muito contente, disse:
- Obrigada. Ó compadre, e se viessem depois da exploração do chaparro, enfardar uma açorda a minha casa. «Atão» não é uma bela ideia ?!
- Fica combinado, comadre – disse o senhor Joaquim.
Iam a meio do caminho onde havia muitos «chaparros», quando viram a cortiça a ser tirada e perguntaram:
- O que é aquilo?
O senhor Joaquim explicou-lhes.
Quando chegaram junto da casa da comadre tocaram à «companha».
A comadre abriu a porta e disse:
- Sejam bem-vindos.
Entraram em casa e logo se instalaram  à volta da camila. A Leonor sentiu o cheiro da cebola e perguntou:
- Ó comadre, então a sua açorda tem cebola?!
A comadre respondeu:
-Ó minha filha, cá no Alentejo diz-se «çabola». «Atão» não é obvio que a açorda leva «çabola»?! A minha leva, pois decerto!
Passaram-se os dias da semana de férias, com o senhor Joaquim sempre a ensinar-lhes costumes e tradições do Alentejo.


Uma semana no Alentejo
Com gaspacho e linguiça
Porco preto de Barrancos
E tardadas de preguiça


Edna Craveiro, Inês Gil e Mariana Santos.



Safões e pelico alentejanos 


Um dia no Alentejo

Um dia na primavera, o Joaquim veio visitar o Alentejo. De manhã, bem cedo, ele foi alugar um quarto na pensão « O Manageiro »,na Vidigueira.
Depois, foi ao campo apanhar ar puro, ao pé de um riacho, onde avistou um pastor sentado num fardo de palha, que estava “ mirando as suas badanas”.
 O Joaquim observou-o bem e reparou que ele estava a usar uma roupa estranha.
- O que é que tem vestido? – « précurou» o Joaquim.
- «Ê cá tou» usando um pelico, uma boina e ando sempre com o «mê» cajado.
- Eu vim de Lisboa e por isso não conheço os costumes do Alentejo.
 «Ê cá» conheço o Alentejo como a palma da minha mão, mas se o compadre concordar, eu levo-o a um « restauranti » da zona - disse o pastor.
O Joaquim concordou e «abalaram» para o « restauranti ».
Quando chegaram, sentaram – se à « menza ».
- Bem-vindos ao restaurante «Mata a Galga». O que desejam comer?- perguntou o empregado.
- « Ê cá» quero comer uma açorda Alentejana e « bober » um copo de vinho - respondeu o pastor. O que é que «vossemecê» quer experimentar?
- Eu quero provar os enchidos e comer um «Caspacho».
O almoço soube muito bem. Quando acabaram, « abalaram » de autocarro para Arraiolos.
Quando chegaram, foram à loja da Zefa. - amiga do pastor -  e viram-na a fazer um tapete tradicional do Alentejo ( Arraiolos).
- O que está a fazer? – perguntou o Joaquim à Zefa.
- «Ê tou » fazendo um tapete típico de Arraiolos. «Atão», vossemecê quer comprar um?
- Quanto custa? - perguntou o Joaquim.
- Os «piquenos» custam um tanto e ou grandes …outra.
- Eu levo um pequeno para a minha avó – disse o Joaquim.
- Obrigada, Zefa – disse o pastor.
 E «abalaram», porque estava a aparecer uma «nuvrina». O Joaquim. foi para a pensão e o pastor foi para sua casa.
 Quando ele foi para o quarto, ouviu vozes que diziam:
- Se não «abalas», levas um «tabefe». Fora daqui!
        Ele, assustado, foi ver o que se passava e viu o rececionista a zangar-se com um «gaiato».
- O que se passa? - perguntou o Joaquim, assustado.
- Foi este gaiato, que «prantou» no «mê» champô um produto e tingiu o mê cabelo de verde!
          O «gaiato» aproveitou a confusão para fugir e o Joaquim, mais aliviado, jantou, foi «espojar-se» na cama e adormeceu.
No dia seguinte, voltou para Lisboa.
                                                           
Ana Mato
Beatriz Martins
Inês Sabarigo   








Fev 2012 Agasalhos Tipicos Alentejanos

Vida de pastor

                      Num belo dia de sol, o compadre Chico - o pastor daquela zona -, sentou-se debaixo de uma azinheira e começou a comer o que trazia no farnel.
            Enquanto comia, olhava para o seu rebanho e observava que estava tudo calmo.
            Aproximou-se uma grande tempestade e o homem chamou o seu rebanho para perto dele.
            Carujou toda a tarde. A noite ia aproximando-se e cada vez chovia mais: uma verdadeira arrochada d´água. Trovejava muito e o compadre, cheio de medo, olhou para o seu rebanho e comentou:
            - O mê rebanho está acareado!
            Dizendo estas palavras viu uma sombra a aproximar-se cada vez mais…até que viu que era a sua Maria.
            - Ó Chico, mê home, trago-te aqui uma sopinha de tomate com um bocadinho de toucinho frito - disse a Maria.
            - Ó Maria, minha amada, obrigadinho por esta ceia.
            Enquanto o pastor comia aquele manjar, até arrebentar, a Maria chamava o canito: o Pachorrento.
            - Ó Pachorrento, aparece! Vá, aventa com as badanas p’ra cá!
            O rafeiro - muito molhado - lá foi fazer o que lhe mandavam. Mal passou aquela enxurrada puseram-se a caminho do monte. As ovelhas foram para o curral e o pastor e a sua Maria foram para casa.
            No dia seguinte, começou o tempo do alavão, o tempo da ordenha, e tiveram de levantar-se de madrugada para irem ordenhar as ovelhas.
            Às seis horas, partiram para a pastagem. Andaram, andaram, até que chegou a hora do almoço.
            O senhor Francisco encostou-se a um chaparro e abriu o seu farnel. Depois do almoço, era a hora da desejada sesta. Dormiu uma bela sesta e, à noite, foi para o monte, sempre embrulhado no gabão aguadeiro, o capote, pôs as ovelhas no curral e foi para a sua casa espojar-se na cama, para descansar.
            E assim se passavam os dias do senhor Francisco - o pastor daquela zona.  
                                              
 Catarina Rosmaninho
 5º A


Uma sesta perigosa

           



Era uma vez um menino chamado Maneli, que vivia no monte com o seu pai, a sua mãe e a sua irmã mais nova.
Era uma família muito pobre e todos os dias o Maneli ia levar as ovelhas a pastar. Ele gostava muito de ser pastor e também era muito orgulhoso.
Todos os dias de manhã passava por uma velha estrada que havia no campo com as suas ovelhas.
Um dia de manhã, o Maneli, estava com muito sono, sentou-se à sombra de um chaparro, que se encontrava à beira da velha estrada e prantou-se a drumir.
Estava dormindo e sentia-se muito bem.
Começou a sonhar que adormecera à sombra de um belo chaparro e que estavam a roubar-lhe as ovelhas. O Maneli, acordou e não viu ovelha nenhuma. Olhou para todos os lados e nada! Disse, então, com ânsias:
- ÉÉÉÉÉ! «Tal é a moenga!!! Atão agora as minhas ovelhas abalaram?! - O que é qu’ê faço? Ai, que carrada de fezes! E começou a afunfar.
De repente, o pai do Maneli, chamou-o, lá de muito longe:
- Ó Maneli!
O Maneli, acordou daquele maldito sonho e ainda com sono, precurou:
- Atão?! O que é? Hããã?!
- Atão, o que é que se passa contigo? Tens as ovelhas tão longe de ti! Não tens mesmo atadêro nenhum!
- Ah! Pois é! – respondeu o Maneli e foi a correr à precura delas. Quando as encontrou continuou a pastá-las, mas muito atento para não deixar que lhas roubassem.
O Maneli, estava muito aliviado por não lhe terem roubado as ovelhas, como no seu sonho. Repêso, prometeu a si próprio que, dali para a frente, todos dias, iria deitar-se cedo para no dia seguinte se levantar fresco e evitar a tentação de adormecer em serviço, pois atão!
José Mendes
            5º A

A sesta repousante


            Era uma vez um compadre que gostava muito de passear e de andar no campo e de conhecer coisas novas. Ele, um dia, andava muito contente e disse à sua mulher:
                - «Jaquina», olha, eu gostava de levar um farnel para comer lá no campo, se não te importares de prepará-lo, por favor!
                Então, ela fez-lhe uma açorda, colocou pão com chouriço e levou uma marmita com ensopado. 
                Ele pôs-se a caminho até ao seu trabalho. Quando começou a comer o seu farnel, viu que no seu «talego» havia uma garrafa de vinho da Vidigueira. Acabou de almoçar ao meio dia e a seguir, foi dormir uma bela sesta até às 17h. Logo que acabou, foi,novamente, pastar as suas ovelhas.De seguida, foi para casa comer um belo «Caspacho», com a sua mulher – a «Jaquina».
               O compadre contou-lhe que tinha« tido muitas fezes», pois uma das ovelhas «tinha «abalado» e o seu canito é que a « précurou ».  
               - Foi uma grande aventura «Jaquina»! Devias lá ter estado! «Ê cá fiquei tão macronho!!! » … se nã fosse o canito…
Olinda Varanda
5º A

Um dia no campo, comparando…

            Num belo dia de sol, o senhor Joaquim - o quintaneiro daquela zona - resolveu pegar na sua mulher para darem em passeio muito romântico, pelo campo.
            Observou que à beira de uma ribeira havia uma azinheira pequeníssima.
            Encostou-se a um sobreiro, enquanto a sua mulher apanhava flores.
            - «Jaquim», olha, este malmequer é maior do que o outro – disse a mulher para o quintaneiro.
               Já estava na hora da calmaria e sentaram à beira da ribeira, abriram o «cabanejo», que continha: umas migas de tomate, pão, queijo, vinho e umas azeitonitas.
            Enquanto comiam o petisco, verificavam que a ribeira era tão longa como a que tinha perto da sua casa.
            Depois daquele «belíssimo» petisco encostaram-se a um sobreiro e antes de «drumir», a mulher exclamou:
            - «Jaquim»,olha, aquele sobreiro além! É mais pequeno do que aquele que está aqui perto da nossa casa e dá bolota para as nossas porcas.
            Mal acabou de dizer estas palavras, o senhor Joaquim começou a ressonar. A mulher do quintaneiro não conseguiu aproveitar a sesta e teve que ir dar um passeio, pois já não podia ouvi-lo. Foi então para ao pé de uma casa abandonada e viu que havia ervas mais giras do que aquelas que estavam à sua porta.
            Andou, andou, andou e cansada de tanto andar pôs-se a pensar: as porcas da vizinha eram mais magras do que as suas. As delas, portanto, eram menos magras do que as outras.
            Depois da hora da sesta foi acordar o seu marido e lá foram para casa.



Uma bela sesta

            Num dia quente de Verão, o senhor Zé- um compadre alentejano, que gosta imenso de fazer grandes sestas debaixo de árvores enormes - andava a passear.
            Quando o Zé procurava uma grande árvore para fazer a sesta habitual, encontrou um caminho que nunca tinha visto. Como se aproximava uma tempestade, voltou para trás.
            No dia seguinte, antes de ir para o campo, pediu à mulher que preparasse um cesto com toucinho frito e uma garrafa de vinho da Vidigueira e pôs-se a andar, curioso, para descobrir onde ia dar aquele caminho.
            Andou, andou e quando olhou para o relógio disse:
            - São horas da minha sesta!
            Procurou a árvore mais próxima, mas sem sair do caminho. Sentou-se debaixo da árvore e começou a comer o seu manjar. Meia hora depois, deitou-se. Quando acordou, pôs-se logo a andar.
                Andou, andou até que chegou ao fim do caminho. O Zé nem quis acreditar no que via: era um campo cheio de lindas flores. Então, resolveu fazer uma surpresa à sua Maria.
            Quando chegou a casa disse:
            - Ó Maria vem comigo: tenho uma surpresa.
            Ela foi com ele e quando chegaram, ela sorriu para o Zé e beijou-o.

Mihaela Sandu ( Moldávia)
5º A 




Um episódio no campo

                   Estava eu um dia à sombra de um grande «chaparro» quando, de repente, me caiu uma bolota na cabeça e eu acordei do meu «drumir» profundo.
             - «Tou» cá com umas «fezes»!!! Mas o que é isto «xôstra»?! Já não se pode «drumir»? Até dá «ânsias» - disse eu, depois de um acordar sobressaltado. Meti -me na minha carroça e dirigi-me para a minha «barraca».
             - ZEFA ! - gritei eu.
             - «O que éii»? - «abuzinou » ela.
             - «Tou» cá com uma «galga»!!! O que é a «janta»?
             - Migas de poejos com carne de porco frita.
              Arrumei a carroça mais o jumento, que alimentei em seguida com um fardo de palha e água do poço.
              «Espojei -me» no sofá e, logo em seguida, ouvi a Zefa a gritar:
               -Vem comer, «hóme»!    
               No final da refeição olhei para a Zefa e disse:
               - Vamos «drumir», que amanhã é dia de «moenga».
               Estávamos nós a «drumir» quando ouvimos um remoer na água do poço. Agarrei na caçadeira lancei dois tiros e ouvi:
                - Hi na! Hi aaaannnnnnn…
                 Percebi que era só o jumento que estava a beber água. Depois, «prantou-se de borco» e eu fui  continuar a «drumir»,« pois atão» !
                 De tarde, depois do trabalho, agarrei na minha cadela – a Bolota - e fomos pelo campo «adentro», até encontrarmos a barragem. «Abancámos» e ali ficámos a apreciar a vista… até que a noite caiu.


Beatriz Rocha
Carlos Ferreira
6ºA


                                                           


Castelo de Geraldo Sem Pavor

Este castelo localiza-se perto de Évora. Trata-se de um castro e, por isso, tem uma estrutura fortificada, apresentando uma planta subcircular. A atual muralha remonta ao período medieval.
Era neste lugar que, segundo a História, Geraldo Sem Pavor permanecia para preparar as conquistas de terras aos mouros na região, com destaque para conquista de Évora.
Das suas muralhas é possível avistar a cidade de Évora.
Mª Leonor Ribeiro, Marco Calado, Miguel Varela e Rita Fialho
6ºG


Nossa Senhora de Machede

Eu moro em Nossa Senhora de Machede e a minha rua é a Rua de Évora. Há lá pessoas novas que nunca tinha visto. Todas as pessoas me conhecem desde bebé. Mas o problema é que eu não conheço algumas pessoas. E também não gosto de sair de casa para arranjar sarilhos.
Moro muito longe de Évora e de vez em quando saio à noite para jogar ao esconder com os meus amigos.
Os idosos estão sempre sentados numa estátua de um senhor que se chamava Eng. Sebastião José Perdigão.
Na minha rua há muito barulho com os carros e têm aberto novas lojas.
A minha rua é recta e tenho poucos vizinhos, mas são simpáticos.

Valentim Bento
7º G



 Ao longe Evoramonte

             Eu sou o Tiago e vivo num monte donde vejo o castelo de Evoramonte, que é lindo, uma barragem, e um olival.
No meu monte há muitas árvores: oliveiras, castanheiros, azinheiras, figueiras, diospireiros e muito mais…
A estrada de acesso ao meu monte não tem alcatrão, é feita de terra e está cheia de buracos com lama.
A estrada só tem dois carros passar de um lado para o outro, um é o carro da minha mãe e o outro é das minhas vizinhas.
Eu tenho muito espaço para brincar, correr, saltar.
Da minha casa oiço os tiros dos caçadores, os badalos dos animais e cães a ladrar.
Adoro viver lá!
Tiago Duarte
6º B


Graça do Divor

Da janela do meu quarto vejo um enorme depósito de água que  fornece a aldeia. Antigamente o depósito de água levava água pelo aqueduto para a cidade de Évora.
Depois vejo um enorme campo de futebol que é onde a equipa da Graça do Divor joga contra as outras equipas, mais em baixo vejo outro campo mais pequeno a onde se joga futsal, é onde eu jogo no meu tempo livre com os meus amigos.



Eu gosto de morar nesta aldeia porque é sossegada e todas as pessoas se conhecem. Fica perto da minha rua um café que se chama o Besica é onde eu e os meus amigos nos encontramos para lanchar e combinar as nossas aventuras que na altura de verão se prolongam até tarde.      
João Pedro
5ºG        
 Avis


 
Estou na barragem do Maranhão, daqui avista-se a vila de Avis, é um dos sítios que eu mais gosto porque me transmite muita alegria e tranquilidade.
Avis é uma vila muito sossegada, é a terra natal dos meus avós maternos e eu vou lá com alguma regularidade.
A vila encontra-se no meio do campo e aí existem três torres que fazem parte do castelo medieval.
Foi com muita alegria que eu vi na tarde do primeiro dia do ano de 2010 formar-se este bonito arco-íris, para terminar em grande a nossa reunião de família.
Ana Santanita
6ºF
Esta é a minha laranjeira

Esta é a minha laranjeira. É a minha laranjeira favorita porque quando era pequeno brincava com os meus brinquedos na sua sombra. Na primavera, enche-se de pequenas flores brancas que darão as laranjas. 
Esta laranjeira é também a mais importante para a minha família. Ela vive na quinta do meu tio em Albufeira na quinta de Santa Margarida. 
        Hoje está um pouco cansada e doente, mas há sete anos foi um ganho para a minha família. As suas laranjas, tão grandes e tão doces, e os seus ramos ajudaram-nos numa situação difícil na vida.
Esta laranjeira foi a nossa salvação, felizmente os meus avós plantaram-na.       
Tiago Rodrigues
6ºF                                                                                                   


O monte alentejano

     

Umas das características do Alentejo são os seus montes que se encontram espalhados por toda a região.
     Os montes são propriedades rurais, mais ou menos extensas.
     Estas casas ficam normalmente situadas no alto de uma elevação e são compostas por, um conjunto, que representa a moradia que é a dependência do proprietário ou lavrador e um conjunto de anexos onde são guardados todos os materiais necessários à lavoura.
     Estes montes sobressaem, na planície alentejana, são caiados de branco com barras azuis ou amarelas e rodeados de sobreiros mais conhecidos por chaparros.

Margarida Amaro nº19 
Pedro Bonito nº 25



O monte que eu conheci

Este é o monte do meu avô. Deram-lhe o nome de «O monte do Peso».

O meu avô tomava conta de ovelhas, um rebanho muito grande. No monte há um feitor que trata das vacas, tira a cortiça e trata de muitas outras coisas. Existem lá também cavalos, vacas, ovelhas, galinhas e muitos outros animais.
O meu avô já não vive lá, mas lembro-me sempre do canto das cigarras nos fins de tarde de verão tão agradáveis que eram na sua companhia.
Tenho saudades, muitas saudades do tempo em que divertia tanto naquele monte…
Daniela Frasco
6ºF

           
A Serra da Loba



Na Serra Da Loba que é na aldeia da Boa Fé, podemos ver várias ribeiras, onde antigamente, no inverno, os idosos iam buscar água para suas casas e para os seus animais. 


No ponto mais alto da Serra Da Loba consegue ver-se a aldeia toda. Na aldeia vários homens juntam-se e, unidos contra o calor, tiram e apanham a cortiça, este trabalho é feito por homens e mulheres e só é feito no verão, é um trabalho muito duro mas é necessário que o façam.
Na aldeia existem uma cooperativa, dois cafés e uma junta de freguesia.
A junta de freguesia não se esquece dos idosos e organiza-lhes várias visitas.
Nesta aldeia ainda se mantêm as tradições e todos os idosos as fazem com muito orgulho.
Tatiana Oliveira
6º F


Courela da Duraia


Esta é a quinta dos meus avós. Chama-se Courela da Duraia, perto de Montemor-o-Novo.
Desde que o meu avô morreu, há oito anos, a quinta ficou abandonada. Só lá vivem os caseiros em troca de tratar da quinta.
            Com a morte do meu avô, deixou de haver cavalos, porcos, galinhas, perus, ovelhas e vacas. Agora só existem os animais dos caseiros, que também têm uma horta.
            Continuam a tirar a cortiça porque existem muitos sobreiros. Também há azinheiras e foi numa delas que eu e os meus irmãos e os meus primos fizemos uma casa na árvore.


          Fizemos um escorrega, uma mesa, um baloiço e um slide.
         Apesar de tudo, ainda há cheiros agradáveis, sons de cigarras e a paisagem é verde.      
        Gosto muito da quinta, divirto-me imenso, jogo à bola, salto à fogueira, tomo banho nos tanques e passeio de bicicleta.
Gonçalo Matos
6ºF



A Herança


Somos o Francisco e o André e esta é a nossa quinta.
O nosso avô já não tem forças para trabalhar na quinta, por isso, está na hora de sermos nós a preservar o que os nossos antepassados deixaram.

Há uma época no ano em que se apanha a azeitona que vai para um lagar, onde se faz o azeite.
 As nossas ovelhas são alimentadas todos os dias numa pastagem natural, ao que se chama exploração em extensivo. Ao domingo comem o milho que nós lhes damos.



Aqui conseguimos respirar.

André e Francisco Pinto
6º F



O pastor

Era uma vez um pastor que tinha muitas ovelhas e certo dia deixou-se dormir à sombra de uma oliveira.
Enquanto ele estava a dormir, as ovelhas fugiram, tresmalhando-se pela extensa e bela planície alentejana.
Passado algum tempo, ele acordou e não viu as suas ovelhas. Foi pelo campo fora à procura delas. Avançou pela planície, passou três montes e ao fundo de um deles, achou-as.
Ficou muito contente, levou-as para a sua casa, para um pequeno quintal com erva fresca e aprendeu que nunca mais deveria deixar-se dormir à sombra da oliveira.

Gonçalo Rosado
6º D
Porcos de Montado

      A raça do porco preto deriva do cruzamento do porco celta com o porco ibérico e é exclusiva da Península Ibérica.
      O porco preto possui uma cabeça pequena, focinho saliente, pescoço curto mas musculado e extremidades das patas finas, mas longas e bastante resistentes. A sua pele e unhas são negras.
      O porco preto alentejano é único dentro da sua espécie e tem como seu habitat natural o Montado Alentejano. Este animal tem uma particularidade a nível genético que é o facto de poder armazenar na sua massa muscular, grandes depósitos de lípidos, provenientes dos finíssimos óleos das bolotas de que se alimentam.                                                                        
      Em liberdade controlada, os porcos pretos vão em busca de comida, restolho de cereais e cereais e água, que têm de procurar, obrigando-os a exercitarem-se fisicamente.
      Em liberdade total, já com cerca de 12 meses, e até cerca dos 18 meses, vivem no montado alentejano e alimentam-se quase exclusivamente de bolota, especialmente rica entre os meses de outubro a março, complementada por ervas frescas, raízes e plantas aromáticas.


Madalena Batanete  








fev 2012 A matança da porca em powerpoint Catarina Rosmaninho

   A matança das porcas

          Hoje deram ao senhor Francisco duas marrãs.
          Até ser a altura de as matar, o senhor Francisco tem de as alimentar com sobras, farinha e landes.
          Quando chega a altura de o senhor Francisco lhe dar comer para engordarem, dá-
-lhes, então, milho. O milho está dentro de um balde, de molho, de um dia para o outro porque senão ao comerem o milho ficavam com a boca escaldada.
         Vão crescendo, crescendo que o senhor Francisco têm de lhes furar o focinho e pôr um arganel senão, elas foção o chiqueiro todo.
         Chegada a altura da engorda, o senhor Francisco começa a dar às suas marrãs milho.
         Depois de terem 70 a 75 kg, chega o grande dia da matança.
         No dia da matança, o senhor Francisco, sua mulher, seus filhos e respetivas esposas levantaram-se, ao romper da manhã.
         As mulheres arranjaram os alguidares, lavaram o pimentão, que estava salgado há dois meses para depois, temperarem a carne e arranjaram a banca (a banca é uma pequena mesa de madeira onde se matam os porcos).
         Enquanto as mulheres arranjaram essas coisas, os homens bebiam um copinho de água-ardente e uma pacinha de figo. Depois daquele petisco, estava na hora de amolar as facas e «deitar unhas ao trabalho».
         Começaram por ir buscar a porca mais gorda ao chiqueiro.
         Puseram-na em cima da banca e o senhor Francisco espetou a faca no pescoço. Lá veio a sua esposa  aparar o sangue para fazer uma deliciosa rechina.
         Quando já estava morta, foi altura de a limpar com um maçarico e com uma raspadeira. Depois, começaram a tirar-lhe a pele.
         Depois de limpa, a porca teve de ser bem lavada. Logo a seguir, tiveram que lhe achar um nervo para a puderem pendurar.
         Após ser aberta, tiraram-se as tripas e outros órgãos e, finalmente, pesou-se.
         No dia seguinte, desmanchou-se a porca e, ao almoço, comeu-se rechina.
         Após três a cinco dias da carne no alguidar, enche-se e põe-se à chaminé, até « estar curada».
    
   Catarina  Rosmaninho
    5º A  


A matança do porco

Depois de tanto tempo,                                                         
Lá vêm a altura,
De matar um porco,                                             
Para dar sustento.

Toda a família se reúne
Para grande empreitada,
De espetar a faca no pescoço,
A uma pobre coitada!

Nesse comprido dia,
É grande correria,
Para espetar uma faca,
Numa banca,onde ela já grunhia.


Depois de morto, o bichinho
Está na hora                                                                                                                         
De lavar os pelinhos
Para ficar bem limpinha                  

Lavar os pelinhos                              
Quis eu dizer musgá-la bem« musgadinha »,                                                                          
Para a aquecer.      
                                                                     
Depois de limpinha                                                  
É preciso
Pendurá-la
E lá vem a altura de pesá-la.

Lavar as tripas cheira mal
Mas têm que se lavar
Pois sei que depois
De cheias tem bom paladar.


Podia dizer mais coisas,
Mas não posso,
Pois, estou prestes…
A contar mais coisas.

Catarina Rosmaninho
5º A







Trajes Alentejanos


 TRAJE DA CEIFEIRA: A roupa das ceifeiras é constituída por dois fatos: roupas de campo e roupa de portas.

 A Roupa do campo é composta por botas altas, meias grossas pretas, saias dos calções (é uma saia de riscado muito franzida, apanhando-se esta depois, aos joelhos com uns cordões que chamam «orelos» e entre as pernas prega-se com alfinetes de dama), uma blusa velha, um chapéu preto chamado «aguadeiro» no Inverno, no Verão chapéus de palha, um lenço com riscas pretas e brancas. É o fato de trabalho.

A Roupa de Portas é composta por uma saia feita de um tecido chamado ‘’gorgorina’’ franzido ou não, uma blusa do mesmo tecido, ou de fazenda no Inverno. A blusa de Verão tem um folho quadrado, o avental era bordado à máquina, ou com folho por baixo, o lenço azul-escuro de seda. É o fato que as ceifeiras vestiam depois do trabalho nos campos.

 O Traje do Pastor é composto por calças, camisa, capote, safões e pelico por causa.
 Capote – é uma peça de abrigo e de talhe quase direito. Os braços mantêm a liberdade de movimento, o corpo nunca se sente apertado e o frio não entra. Vasto e de certo peso, quase toca o chão, cobrindo todo o corpo. A gola, em pele de raposa usa-se levantada.
 Safões – são calças a sobrepor às de pano, que se usam ajustadas. São confecionadas em pele de borrego, confortáveis, duráveis e de fácil obtenção. Nos meses de Verão estes são substituídos por outros de lona branca.
 Pelico – é uma espécie de casaca com as abas largas e compridas, sem mangas, com ombros salientes, protegendo as costas. Pelico e safões costumam ser debruados de Saragoça, pregados de botões metálicos e apertados com tiras de cabedal.
Era comum tanto o pastor como a ceifeira levarem comida no tarro. O pastor usava ainda uns alforges no ombro.

Traje feminino de vila do Alentejo

As mulheres que vivem perto das cidades e vilas, procuravam imitar as modas, seja no penteado, seja na maneira de vestir. A mulher da vila usa saia de fazenda espessa de lã castanha, blusa de algodão estampado de abertura lateral, corte cintado com uma ligeira aba sobre a cinta para a missa usa uma mantilha de renda sobre a cabeça e com abafo um xaile de merino negro bordado, com franjas de fio. Calça meias de renda branca e sapatos de carneira com botões.


Traje domingueiro masculino do Alentejo

Este traje sofreu as mesmas influências espanholas que o traje de lavrador ribatejano, no entanto o seu corte é mais suave, sendo a jaqueta e o colete mais compridos nas costas. O homem alentejano usa chapéu de aba larga, camisa com pregas, colete com mordem de botões muito aberto e jaqueta com três bolsos, um pequeno em cima, à esquerda, onde usa, com a ponta de fora, um lenço bordado pele namorada, dois bolsos em baixo, um de cada lado, oblíquos. A jaqueta é enfeitada por alamares de seda. Cinta preta, calças justas de cós alto e sapato fino, completam o conjunto.


                                                                                              Azeitonas, Rosalina Pereira

A apanha da  azeitona


       A apanha da azeitona é uma das operações de maior importância na cultura da oliveira. A forma e a escolha do momento de a realizar influem na quantidade e qualidade da colheita do ano, no custo de produção e nas futuras colheitas.
       Em média, cada árvore dá 20 Kg de azeitona, obtendo-se apenas cerca de três litros de azeite.
       A cuidadosa colheita manual é o método mais antigo e mais inofensivo para a árvore e para as azeitonas. Os trabalhadores colocados à volta da oliveira vão desprendendo as azeitonas para recipientes que eles próprios trazem ou para redes espalhadas no chão. É um trabalho lento e dispendioso, e, para melhorar o rendimento da colheita, introduziu-se em muitas regiões- por razões económicas e disponibilidade de mão de obra - o sistema de varejamento.
       Neste caso, as azeitonas derrubam-se com a ajuda de uma vara e o rendimento pode triplicar relativamente à colheita manual. No entanto, provoca uma queda considerável de raminhos, com graves consequências para o futuro.
       Os equipamentos mecânicos mais utilizados para apanha da azeitona são os vibradores.
       O vibrador agarra o tronco da oliveira e sacode-a até que as azeitonas se desprendam dos ramos. Na maioria dos casos, o uso do vibrador combina-se com a utilização de redes móveis colocadas debaixo das árvores, como no sistema manual.
Uma vez recolhida a azeitona, esta deve ser transformada o mais cedo possível, pelo que deve ser transportada para o lagar no próprio dia da apanha.

Beatriz, Madalena, Margarida, Pedro

5ºD


As vindimas

As vindimas consistem na colheita dos cachos de uvas, destinados à produção de vinho, quando estas atingem o grau indicado de amadurecimento. Os cachos são então enviados para os lagares, onde começa a produção de diversos tipos de vinhos. Para obter uma boa qualidade de vinho é necessário escolher a data exata em que se deve iniciar as vindimas.
As vindimas têm lugar, habitualmente, em setembro, após uma decisão nesse sentido tomada pelos enólogos, que desde o final de agosto anterior analisam amostragens para controlar a maturação das uvas, assim como a acidez, peso e cor. É necessário encontrar o grau de acidez indicado porque com o passar do tempo os ácidos transformam-se em açúcares, o que leva a um aumento do álcool.
Cabe aos produtores, em função da casta, determinar a relação que mais lhes convém em função do tipo de vinho que pretendem produzir. Posteriormente, deve ser feito o transporte dos cachos nas melhores condições, já que, devido ao calor próprio da época, as uvas amassadas começam a fermentar antes do tempo.
Também é possível prever a melhor altura para as vindimas através de um método popular que consiste em verificar quando murcham os pés das uvas e as peles dos bagos começam a contrair.
Marcada a data da vindima, a cada propriedade onde há cultivo de uvas acorrem então dezenas de trabalhadores sazonais, normalmente oriundos das terras vizinhas, e é iniciado um dos mais característicos momentos da etnografia portuguesa. Muitas vezes são famílias completas que se deslocam para as vindimas, numa tradição que atravessa gerações: as mulheres, auxiliadas pelas crianças, cortam os cachos, que são colocados em cestas de vime. Cabe então aos homens transportar estes cestos para os lagares. Antigamente eram grupos de homens que pisavam as uvas, sistema que gradualmente foi sendo substituído por métodos mecânicos.
Na época das vindimas são organizadas nas diferentes terras ou regiões onde existe esta atividade as chamadas Festas da Vindimas, uma tradição histórica que atrai imensos turistas, como acontece, por exemplo, na região do Douro, a mais antiga região demarcada de vinho do mundo.
O sobreiro



A cortiça é a casca do sobreiro.

O mercado de cortiça que vai desde a rolha para a rolha do vinho ate até ao revestimento isolante de um estúdio de gravação. A floresta da cortiça encontrou em Portugal o clima e o solo ideal para viver. Material ecológico por excelência, a cortiça é utilizada na sua quase totalidade, deixando poucos desperdício. Um sobreiro vive até 200 anos.

 A cortiça

 A casca do sobreiro, a cortiça, é um tecido vegetal formado por microcélulas. É leve, resistente ao desgaste, impermeável , elástica mas de dimensão estável, com ótimas capacidades de isolamento térmico e vibrático. A cortiça é usada em inúmeros, utensílios.

Descortiçamento

A época de descortiçamento vai de julho a Setembro. O descortiçamento é feito em pranchas. O primeiro descortiçamento das árvores jovens só pode ser realizado quando o perímetro do tronco tiver 70 cm. A árvore tem de ter pelo menos 25 anos para se fazer o primeiro descortiçamento. A primeira cortiça é denominada virgem e é aproveitada para a criação de artigos decorativos. A tiradia de um sobreiro e feita de 9 em 9 anos. Na segunda tiradia (secundeira), a cortiça ainda não está apta para ser transformada em rolhas. Só 9 anos depois e que se tira a anadia, nome que se dá à cortiça madura e ideal para a produção de rolhas. Portanto, o sobreiro tem pelo menos que amadurecer 43 anos até produzir a cortiça própria para rolhas. O sobreiro é das árvores florestais mais abundantes no nosso país.

Extração

 A separação do tecido suberoso do entrecasco faz-se pelo rasgamento das células de cortiça recém-formadas.
 No nosso país ciclo vegetativo anual está compreendido entre o meado de Abril e o fim de outubro, mas pode encurtar-se ou prolongar-se conforme as condições climatéricas do ano.
 Nalguns casos e em condições favoráveis, a cortiça dá bem durante um longo período, de fevereiro aos fins de novembro; todavia, o período ótimo para o descortiçamento é muito mais curto porque tem de corresponder à fase mais ativa de crescimento anual, e reduz-se na prática a três meses e meio.

 Pedro Bonito 5º D       

                                                                    Os cereais

 Uma colheita abundante de cereais num país significava abundância de bens, bem-estar geral; a sua escassez era sinónimo de fome e miséria.
 Os cereais têm a seu favor, além do mais, a vantagem de não necessitarem de ser prontamente consumidos. Podem ser armazenados em silos com boa ventilação, e o seu fácil transporte, em sacos ou a granel, torna-os ainda muito mais interessantes.
 O trigo é o cereal típico das regiões temperadas e o que ocupa maiores extensões de terreno.
 Para dar rendimentos elevados requer solos ricos, com um bom teor de matéria orgânica e uma ação generosa com fertilizantes minerais, especialmente os ricos em azoto. Resiste às geadas de Inverno mas é muito sensível às geadas tardias.
 O número de variedades deste cereal é extraordinário, aparecendo em cada ano, outras novas.
 A ceifa faz-se manualmente ou, se o tamanho dos terrenos o permite, à máquina.
 Cereais de grande importância são também a cevada, o centeio, a aveia.
 O centeio é uma espécie rústica, mais resistente ao frio e à secura que o trigo; com ele se fabrica um pão muito saboroso e nutritivo mas a maior parte deste cereal é empregada na fabricação de rações.
 A cevada é uma planta, cujo ciclo de vida é bastante curto, faz que seja o cereal mais apropriado a zonas onde os invernos são compridos e os verões curtos. O grão da cevada utiliza-se muito na alimentação do gado, mas as maiores quantidades deste cereal são consumidas na fabricação de cerveja, bebida fracamente alcoólica.
 A aveia é o cereal próprio dos climas temperados, resistindo pouco às geadas, de modo que nos países setentrionais semeiam-se de preferência as variedades de primavera, de ciclo curto. O grão, de grande poder alimentar, é insubstituível na ração dos cavalos. Os grãos de aveia, sem casca e triturados, servem para preparar vários pratos alimentícios de fácil digestão.
 A ceifa faz-se manualmente ou, se o tamanho dos terrenos o permite, à máquina.



Madalena Batanete  5º D